quinta-feira, 20 de junho de 2013

Let's just breathe






















pearl jam | just breathe

Há ainda este inverno que não se desentranha de mim, que parece querer ficar para lá de toda a felicidade e é silêncio, um assustador silêncio que nos invade os dias e as noites e vai cobrindo o meu cansaço. Há esta frieza no corpo que permanece, que exige atenção mas esquece a tua mão no meu cabelo e o meu coração indefeso. Há ainda esta dor sem nome nem queixume, o suspiro guardado no fundo do peito que implora uma saída e não sabe como nem porquê. Eu a medir a tua respiração, a conviver lado-a-lado com uma revolta mesquinha que insiste baixinho em destruir tudo, o ciúme a minar o amor e eu a ver, a deixar-me arrastar por ele. Vai ficar tudo bem, era só isto, bastava uma palavra tua, mais nada. Houve um tempo em que o entusiasmo não escasseava, - e tu - tu ainda sorrias para mim. Depois de todos os vestidos brancos. E eu agora na minha tão breve esperança de que ainda me ames. Mas ficámos só nós dois, eu e o vazio, a inventar sonhos antigos.

2 comentários:

Anónimo disse...

não sei se é o dia, se sou eu. sei que este teu texto é mesmo o que sinto nos últimos tempos. seja como for, está lindo. palavra por palavra, nota por nota.

um beijo.

Azul Neblina disse...

Por vezes o vazio fervilha de vida, apetece-me dizê-lo. Outras vezes é mesmo isso: um vazio anódino.